Andaluz, do árabe, nome da península ibérica, derivado de vândalos, povo germânico que invadiu a península por volta do séc V.
Andaluzia deriva do termo latino Vandalitia, Vandalusia, “vândalos, povo originário das margens do Báltico”.
A ocupação da Espanha pelos vândalos ocorreu cerca de 395-429. As raízes históricas estão presas à época das navegações fenícias. Os fenícios teriam travado relações comerciais com o reino de Tartesso, palavra latina derivada do grego Tartessós, cidade na embocadura do rio Guadalquivir. Os fenícios foram os fundadores de Cádiz, talvez a cidade mais antiga da Europa. Andaluzia surgiu como terra prometida, pela riqueza, às vezes exagerada.
Os gregos encontraram na região os povos mais cultos entre os iberos, pois já possuíam o alfabeto e literatura escrita.
A dominação cartaginesa foi mais organizada, iniciou com a destruição de Tartesso, antes de 550 a.C. Os invasores fundaram colônias, como Cartagena, construíram cidades muradas e empreenderam a exploração das jazidas minerais, principalmente de prata.
Domínio romano – a queda de Cartago em 209 a.C. anuncia a conquista romana, que se faz a partir de Cádiz. Nasceram as cidades: Sevilha, Córdoba, Huelva e Granada e outras.
Os bárbaros – os bárbaros intensificam suas incursões com o declínio do império romano. Vândalos, suevos e alanos penetram nas terras e Andaluzia atravessa um período de divisão e conflitos. No Norte da Espanha os visigodos haviam se estabelecido.
A partir de 711, Tariq, governador árabe de Tanger, atravessa o estreito de Gibraltar.Os invasores encontraram pouca oposição: muitos nobres visigodos, convertidos ao Islãm ou não, aceitaram sem protesto a invasão. Os judeus, perseguidos pelos visigodos, encararam os muçulmanos como libertadores. A unificação da Espanha muçulmana foi assegurada por Abd al-Rahman I, emir de Córdoba, em 756. Impôs sua autoridade aos berberes e aos árabes e deu continuidade à dinastia síria dos omíadas na Andaluzia.
Apogeu – Aob Abd al-Rahman III, em 912 a 961, fundador do califado de Córdoba, e também sob seu filho Hakam II, Andaluzia tornou-se foco da civilização muçulmana e grande centro cultural. A filosofia e as ciências florescem. Córdoba é a cidade mais populosa da Europa com seus palácios, mesquitas e biblioteca de 400 mil volumes. Suas manufaturas: sedas, bordados e artefatos de couro prosperam. Introduziram na agricultura processos de irrigação e novas culturas, como o arroz, cana-de-açúcar, laranja e algodão. Os portos de Sevilha e estaleiros de Almería se desenvolvem.
Declínio – A debilidade de Hicham II (976-1013), filho de Hakam II, favoreceu a ascensão da ditadura militar de Al-Mansur (o Vitorioso) que reina de 981 a 1002. Empreende campanhas vitoriosas contra os Estados cristãos do norte, tomando Barcelona (985), León (988) e Compostela (997). Ao morrer, começa um período de guerras civis, opondo candidatos ao califado, que se extingue em 1031. A Espanha muçulmana divide-se em diversos reinos de taifas (clãs), dos quais o principal é o dos abaditas, em Sevilha. Várias dinastias marroquinas se destacam, como a dos almorávidas e a dos amóadas, que conseguem estabelecer uma unidade efêmera da Espanha muçulmana..
Os monarcas cristãos aproveitam-se do enfraquecimento político-militar para tentar desalojar os muçulmanos. Em 1212, Afonso VIII de Castela , apoiado pelos exércitos de Aragão, Navarra e Portugal, derrota o último soberano almóada. O último reduto da civilização árabe do Ocidente é Granada, que se mantém até o fim do séc. XV. Conquistada pelos Reis Católicos em 1492, passará a fazer parte da Espanha unificada.
No estoque racial andaluz mantêm-se traços da gente mourisca, mais do que em qualquer outra região da Espanha.
O flamenco – dança e música do folclore andaluz – tem ressonâncias mouras, embora muitos estudiosos prefiram considerar proveniente da índia, através dos ciganos que, desde o início do séc. XV, afluíram à região.