segunda-feira, 26 de março de 2012

Belém (PA)



            Belém está situada na baía de Guajará, num dos braços do Amazonas, o rio Pará. Próxima da foz de três rios: Guamá, Guajará e Pará. Está distante de 120 km do Oceano Atlântico. Altitude de 6 a 14  metros acima do  nível do mar. Localizada próximo ao Equador, possui clima equatorial, quente e úmido, temperatura média anual de 27 graus. As chuvas são freqüentes e abundantes.

            A cidade foi fundada com o objetivo de defesa da região amazônica. Francisco Caldeira de Castelo Branco, saindo do Maranhão, comandou uma expedição de duzentos homens, construiu uma fortificação. O local recebeu o nome de forte do Presépio, surgindo um núcleo de povoamento conhecido como Feliz Lusitânia, mais tarde Nossa Senhora de Belém do Grão Pará e posteriormente Santa Maria de Belém.

Em 1720 foi criado o bispado do Pará e em 1755 foi fundada a Companhia do Comércio do Grão Pará. Além do ponto de defesa, o povoado começava a firmar-se como centro comercial e de abastecimento, ponto de partida de expedições para o interior em busca das famosas drogas do sertão.

O intendente Antônio Lemos foi importante na transformação urbana de Belém.Chegou a ser conhecida como Paris N'América, uma referência à influência da urbanização que Paris sofrera na época, serviu de inspiração para Antônio Lemos.




Durante esse período, o centro de Belém foi arborizado por mangueiras trazidas da Índia. Até hoje essas árvores centenárias são conservadas na capital paraense




No século 19, ocorreram dois importantes fatos: o primeiro foi a abertura do rio Amazonas à navegação internacional (1867) e o segundo foi o ciclo da borracha (1870-1910). A população aumentou. Os lucros obtidos com a borracha contribuíram para formar e desenvolver a nova metrópole: calçamento, luz elétrica, rede de esgotos, bondes elétricos, construção do Theatro da Paz e abertura de novas ruas. Com a decadência da borracha sobreveio um período de estagnação e decréscimo demográfico.

Belém possui o principal porto fluvial da região. A cidade é posto receptor de mercadorias regionais para exportação: castanha-do-pará, pimenta-do-reino, madeiras, fibras, sementes oleaginosas  e cacau.

Os principais pontos de interesses turíticos e monumentos históricos são:

1) Theatro da Paz (1878), inspirado no Teatro Scala (Milão, Itália). Foi construído com o dinheiro do Ciclo da Borracha e o nome foi devido ao fim da Guerra do Paraguai, em 1870.




2) Casa das Onze Janelas (século 18), antiga residência de um senhor de engenho, atualmente é um espaço cultural com museu de arte contemporânea.




3) Forte do Presépio (1616), fundado pelos portugueses, um dos marcos da fundação da cidade, erguido para defendê-la das invasões. No pátio interno estão expostos canhões originais.




4) Catedral da Sé (1748), o ponto inicial da procissão do Círio de Nazaré que ocorre no mês de outubro. Estilo barroco no exterior e neoclássico no interior, possuindo nave iluminada por 18 candelabros de ferro.
   
Catedral da Sé


















5 ) Basílica de Nazaré (1909), erguida no local onde o caboclo José Plácido encontrou, em 1700, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. A Igreja ainda abriga a santa padroeira do estado. Existem 54 vitrais que retratam cenas bíblicas.






Basílica de Nazaré


6) Museu de Arte Sacra, conjunto arquitetônico formado pela Igreja de São Francisco Xavier, conhecida como de Santo Alexandre, 1698/1719e pelo Colégio de Santo Alexandre.


Igreja de Santo Alexandre

7) Parque Mangal das Garças, à beira do rio Guamá, o parque possui viveiro de pássaros, Borboletário com 600 espécimes, orquidário, Museu Amazônico de Navegação, mirante com vista de 360 graus de Belém. Possui viveiro especial para os animais que viveram em cativeiro e foram recolhidos pelo Ibama.
Guará

Museu Amazônico de Navegação


8) Parque Emílio Goeldi, área verde na região central, centro de pesquisas. Possui milhares de exemplares da fauna e flora amazônicas.

9) Mercado Ver-o-Peso possui estrutura de ferro trazida da Europa no século 19, durante o período de sucesso do ciclo da borracha. Dentre as mercadorias estão: pirarucus, dourados, pescadas, traíras, tucunarés e a gritaria dos vendedores durante a negociação. Do lado de fora a feira livre com centenas de barracas das frutas regionais, raízes, temperos, ervas, óleos medicinais, artesanatos, comida típica, tacacá, maniçoba, etc. 






10) Estação das Docas, orla do antigo porto de Belém, os três armazéns com estrutura inglesa foram transformados em lojas de artesanato, restaurante, cervejaria, teatro e centro de exposições.





11) Corveta Museu Solimões, desde 2003 a embarcação fica atracada em frente à Casa das Onze Janelas para visitação pelos ambientes, com visita guiada.




12) Pólo Joalheiro (São José Liberto), o espaço já foi presídio, convento, olaria e hospital. Funciona uma ourivesaria e a Casa do Artesão com a comercialização de jóias e artesanatos. No local está o Museu das Gemas do Pará com amostras de minerais e coleção de jóias.



            Belém oferece contrastes: uma parte nova, com amplas avenidas e arranha-céus, ao lado de outra com prédios assobradados, ornados de azulejos portugueses, praças e largos antigos.

Do velho centro comercial fazem parte os bairros da Cidade Velha e do Comércio, as docas de Ver-o-Peso; os mercados de Ferro e da Praia; a zona portuária com seu cais de mais de 1900m.

Pará (PA)

           
            O nome Pará é originado do tupi pa’ra, que significa“mar”. Corresponde ao nome do braço direito do rio Amazonas, conhecido como rio Pará. Este rio ao confluir com o rio Tocantins, se alarga muito, parecendo o mar.

Afluentes importantes do Rio Amazonas estão no Pará: Tapajós, Xingu e Curuá, pela margem direita. Na margem esquerda: Trombetas, Nhamundá, Maicuru e Jari. 

A presença desses rios garantem situações favoráveis, como: a navegação fluvial (para escoamento das riquezas naturais extraídas no interior do Estado) e o potencial hidroenergético.


Pescador

Carimbó (dança típica)



                      
           As riquezas naturais favorecem a economia, através do extrativismo mineral: ferro, bauxita, manganês, calcário, ouro, estanho e pedras preciosas. No extrativismo vegetal, a madeira. A agricultura, pecuária, indústria e turismo colaboram na economia do estado. O Pará é o segundo maior Estado brasileiro.

Os marcos históricos na sua evolução encontramos três momentos:

  • a existência como parte de uma seção administrativa separada do Brasil durante a época colonial;
  • as perturbações políticas decorrentes do movimento conhecido como Cabanagem (guerra civil) durante o império;
  • o surto econômico ligado à exploração da borracha, na virada do século XIX.

            A Cabanagem ocorreu em 1835, foi a mais importante guerra civil, sendo a única revolta liderada pela população, que decretou a independência da província do Pará.   A Cabanagem (Pará) e a Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul) foram os movimentos do período regencial onde foi tomado o poder.

            Dois ciclos da borracha sofreram declínio, acontecendo a estagnação. A partir da década de 1960 o Pará conseguiu o desenvolvimento através de atividades agrícolas. A partir de 1970 o crescimento foi aumentando também com a exploração de minérios, como o ferro na Serra dos Carajás e o ouro na Serra Pelada.

            A mineração é atividade importante do Pará,  a cidade de Parauapebas é importante nessa área.  Nas atividades agrícolas, Castanhal é destaque. O Pará é o maior produtor de pimenta do reino e entre os primeiros na produção de coco da Bahia e banana.

 A indústria concentra-se mais na região metropolitana de Belém, juntamente com os distritos de Icoaraci e Ananindeua.

Barcarena e Marabá possuem investimentos nos minérios extraídos, como bauxita e ferro. Se transformam em alumínio e aço no próprio Estado.

Como característica natural da região, destacam-se as indústrias madeireira e moveleira, tendo um polo moveleiro instalado em Paragominas.

Barcarena é grande produtor de alumínio, possui uma das maiores fábricas desse produto no mundo, boa parte dele é exportado.

As siderúrgicas estão ao longo da Estrada de Ferro Carajás, que vai do sudeste do Pará até São Luís, no Maranhão.

Existe um polo siderúrgico e metalúrgico em Marabá. As indústrias estão investindo no reflorestamento de áreas devastadas e na produção de carvão do coco da palmeira babaçu, a fim de não devastar áreas da floresta nativa.

A gastronomia é destaque no Pará. A culinária possui influência indígena. A diversidade de ingredientes amazônicos da região, formam a base de seus pratos. A riqueza dos sabores atraem chefs de todo o Brasil. São criados inúmeros pratos exóticos. Os nomes dos pratos são tão exóticos quanto seu sabor, já que são de origem indígena.

Ver-o-Peso da Cozinha Paraense 2012 - restaurantes participam do circuito gastronômico:

Nome do restaurante       Culinária criada para o circuito

A Forneria:.........Camarão ao curry paraense
Avenida:............ Peito de pato assado com molho de bacuri
Benjamin:........... Ragu de pato com gnocchi de mandioquinha e jambu
Cantina Italiana:.. Tagliarini de vinagreira ao ragu de filhote
Famiglia:....................  Ravioli de pato com tucupi reduzido e pesto de
jambu com confit de pato desfiado
                                   
Famiglia Sicilia:... Ravioli de bacuri em massa de jambu com molho de camarão e chicória
Lá em casa:....... Tucunaré ao forno com ervas da Amazônia acompanhado com batata cará salteada com jambu e arroz de castanha-do-pará
La Madre:.........  Ravioli recheado de camarão com pupunha
Remanso do bosque:... Ravioli de pirarucu defumado
Sushi Ruy Barbosa:..... Tiras de filé com queijo do Marajó e risoto de castanha
Tutto:.........................  Confit de Canard ao molho de laranja com creme de pupunha
Alguns pratos típicos da região: Pato no tucupi, Maniçoba, Peixe moqueado, Pirarucu de sol, Tapioquinha, Arroz paraense, etc.

Tucupi é a estrela da culinária paraense. Extraído da raiz da mandioca-brava, precisa ser fervido antes do consumo, a fim de eliminar o ácido cianídrico presente no caldo.

As folhas da mandioca-brava moídas (maniva) são usadas em outro famoso prato regional, a Maniçoba. A receita leva os mesmo materiais suinos da feijoada, mas o caldo espesso da maniva substitui o feijão.

Tacacá – sempre quentecaldo inspirado na cultura indígena. Servido em uma cuia e tem como primcipais ingredientes goma de mandioca, camarão seco, tucupi, jambu (erva que causa uma leve sensação de dormência na boca) e pimenta-de-cheiro.

O Pará é o maior produtor nacional de açaí, de coloração roxa e sabor amargo.O caldo engrossado com farinha de tapioca é servido como acompanhamento para peixes, camarão seco e carnes.

Outras frutas regionais e comestíveis e que apresentam exótico sabor: bacuri, graviola, taperebá, muruci, piquiá, tucumã, bacaba, camu-camu, uxi, sapotilha, abricó, abiu, ajirú, anajá.

Demais frutas encontradas no Mercado Ver-o-Peso, nas fotos abaixo:


                                                                Mangostão


                                                               Pitaya

Castanha-do-Pará

                                                               Cupuaçu



Pupunha                                            


                                                              Ingá