sexta-feira, 21 de novembro de 2014

SAGRES ((Portugal)


Cidade da escola de navegação que mudou a história da humanidade. A Escola de Sagres, fundada por Henrique, o Navegador, formou capitães que conquistaram a costa da África, descobriram o Brasil e outros destinos americanos. 




Cabo de São Vicente está próximo(3 km), possui um famoso farol da Europa, localizado num penhasco.

 


Sagres deriva de Promontorium Sacrum que significa “Promontório sagrado” nome dado pelos Romanos. As ruínas mais importantes são uma residência, termas, tanques de salga de peixe na Boca do Rio e na Praia de Salema.

 

 
 
         Foi uma época de descobertas, a cartografia era mais precisa devido aos novos instrumentos de medida, com versões do astrolábio e do relógio do sol, os mapas eram atualizados e melhorados, foi concebido um tipo especial de embarcação, a caravela.

                                      Os grandes capitães e marinheiros
                                      Com que fizeram a navegação,
                                      Jazem longínguos, lúgubres parceiros
                                      Do nosso esquecimento e ingratidão.
                                                        (Fernando Pessoa)   

                                                              
 
 

 
 
 
Rosa dos Ventos – círculo com 43 metros de diâmetro e 32 raios feitos com pedras, descoberto em 1921. Alguns estudiosos acreditam que tenha sido um relógio solar.


 
Igreja N.S. da Graça – construída em 1579.



Fortaleza – o rei D. João III ordenou a construção no séc. XVI para proteger o convento franciscano dos ataques dos piratas, é conhecida como Castelo de Sagres ou Forte de Sagres. No sismo de 1755 a fortaleza ficou danificada.

 

 
COSTA VICENTINA – percurso com cenários belos, encostas íngremes e formações rochosas recortadas e banhadas pelo mar, pitorescos povoados litorâneos e vilas de pescadores.


 

 


 

 

 

 

SILVES (Portugal)


          Saúda, por mim
                           Os queridos lugares de Silves
                           E diz-me se deles a saudade
                          É tão grande quanto a minha.
                                      (Al-Mouhatamid)

         Este poema está reproduzido nos azulejos da entrada de uma residência na cidade. O poeta escreveu após se mudar para Sevilha, para assumir o trono. Silves se tornou a capital de Al-Gharb Al Andalus, como chamavam a região pelos árabes. A cidade era conhecida como capital cultural. Havia poetas importantes nesse período, como o Al –Mouhatamid, e também governador de Silves, depois, tornou-se rei de Sevilha. Ele descreve Silves como uma cidade de indulgências. 

 
 
 
 
A etimologia de Silves está relacionada ao povo Konii, artífices no trabalho de ouro e prata. No reino desse povo, denominaram de “Zilb”, isto é Cidade da Prata, a cidade principal de um dos minérios. Na palavra “Xilb” ou “Silb”, que é a evolução do antigo idioma Konii de “Zilb” e no irlandês é “Zilver”, no inglês é “Silver”. Todos estes nomes significa “prata”.           


Antiga capital do Algarve, belo local com figueiras, laranjais e limoeiros. No passado, centro de cultura freqüentado por poetas, oradores e historiadores do império mouro, o segundo maior depois de Córdoba, na Espanha.


A cidade oferece como atrativo passeios pelas ruas e visita ao Castelo de Silves, com muralhas poligonais maciças, enorme cisterna abobadada e catedral, uma antiga mesquita do século XIII.


 
        O Algarve atrai milhões de estrangeiros todos os anos, a maioria britânicos. A região possui costas rochosas, serras, colinas, vilas de pescadores e cidades medievais, o Algarve tradicional persiste.




         O Castelo na cidade foi a capital cultural da região durante o domínio mouro, é o maior do Algarve.

 
         Praia da Rocha, berço do turismo do Algarve. Na região há praias de areia dourada recortadas por irregulares falésias vermelhas.

 Na primeira metade do séc. XI árabes penetraram, chegaram na época da colonização moura na Andaluzia, região vizinha na Espanha.

Dominaram a cidade dinastias do Norte da África, depois foi conquistada por cruzados cristãos. A influência árabe continua. A experiência moura se concretiza na feira anual medieval, que ocorre no mês de agosto de cada ano. Vários locais e visitantes se fantasiam em roupas de época, com receitas típicas da época, encenações de fatos históricos, entre  mesquitas e outros edifícios recriados.


Existe referência aos mouros, como os azulejos de cerâmica decorados com arabescos, lanternas de latão martelado, etc.

  
 


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ÉVORA (Portugal)

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          A origem do nome provém de Ebora Liberalitas Julia, em homenagem a Júlio César. Ebora é proveniente do celta antigo ebora/ebura, genitivo plural do vocábulo eburos (teixo, ou pinheiro europeu), nome de uma espécie de árvore, que significa “dos teixos”.

        Cidade fortificada e tombada. Tornou-se Patrimônio  Histórico da Humanidade – Unesco desde 1986. Possui ruelas estreitas, legado da época dos romanos e da Idade Média. 



         Capital do Distrito de Évora, região do Alentejo, possui 12 freguesias. Situado numa planície, numa altitude média de 240 metros. A ponte sobre o rio Tejo proporciona uma vista boa da cidade.

          No século III, por instabilidade do Império, a cidade foi cercada por uma muralha.


 

          Em 1165 ocorreu a tomada de Évora aos mouros, pela ação do cavaleiro Geraldo sem Pavor, responsável pela reconquista cristã.

         A partir do século XIII apoderam-se na cidade vários mosteiros de ordens religiosas nas zonas fora das muralhas, o que contribuiu para a formação de novos centros aglutinadores urbanos.


 

          A arquitetura de Évora possui uma mistura de estilos: mudéjar, manuelino e o renascentista. Nos séculos XVII e XVIII construíram em estilo maneirista. No patrimônio da cidade destacam-se a capela-mor barroca da Sé e altares e painéis de azulejos que cobrem os interiores das igrejas, da Universidade e da Estação Ferroviária.

    

 
          As principais praças: Praça do Giraldo (nome original Praça Grande), Largo das Portas de Moura e Rossio.

          Em 1550 a Universidade de Évora foi fundada pelo Cardeal Infante D. Henrique, da Companhia de Jesus. Em 1759, num golpe, foi extinta a instituição universitária, restaurada cerca de dois séculos depois, na sequência da explusão dos Jesuítas do país, por ordem do Marquês de Pombal.

          No século XIX a cidade passou por transformações. Na Praça do Giraldo, a cadeia e os antigos paços do concelho manuelinos foram demolidos e no lugar construíram o edifício do Banco de Portugal.

         O Convento de São Francisco foi demolido, permaneceu a igreja gótica.  No local do Convento de São Domingos foi erguido o Teatro Garcia de Resende, cerca do ano de 1892. 

         Em passeio a pé pela cidade pode-se conhecer:

Templo romano de Évora, situado na parte mais alta da cidade, foi parte do forum romano. Mais tarde chamado Templo de Diana, monumento com mais de 2000 anos, estilo coríntio. O Templo romano de Évora, provavelmente dedicado ao culto imperial, é o vestígio que sobreviveu, além de ruínas de banhos públicos.

 

Sé Catedral – construída entre os séculos XII e XIV, em estilo gótico, na porta estão esculpidas estátuas dos apóstolos, obra-prima da escultura portuguesa. A capela-mor foi reconstruída em estilo barroco no séc. XVIII.

 

Igreja de São Francisco – a arquitetura e decoração misturam os estilos mudéjar-gótico e manuelino. A nave única é coberta por uma abóboda de pedra.

         Capela dos Ossos – situada na Igreja de São Francisco, construída no séc. XVIII, forrada com ossos humanos. Na entrada encontra-se a frase: “Nós que aqui estamos pelos vossos esperamos”.


 

         Praça Giraldo – sede de uma feira anual desde 1275, foi sede dos paços do concelho  (desde o século XIV) e da cadeia. A partir do século XVI, as feiras e mercados da cidade foram concentrados no Rossio.

         Convento dos Lóios – a igreja e o claustro do convento de estilo gótico-mudéjar e manuelino. Atualmente o convento abriga uma pousada.

         No século XX, ao redor do perímetro da muralha foi construído um anel viário.

 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

SINTRA (Portugal)


  
  Vou passar a noite a Sintra, por não poder passá-la em Lisboa,
  Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
  Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
  Sempre, sempre, sempre,
  Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
  Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
                                                                      (Fernando Pessoa)
 

A Serra de Sintra é considerada Paisagem Cultural-Patrimônio Mundial. O local apresenta clima ameno, fresco, a serra e a proximidade com o Atlântico, torna-se agradável. Devido a isso, foi escolhida para residência de verão dos reis, desde a primeira à última dinastia. Por mais de 500 anos foi residência oficial de verão dos reis de Portugal.



O nome Sintra tem origem na forma medieval Suntria, do indo-europeu, "astro luminoso" ou "sol". Incrustada nas serra, na face do relevo, constitui um mosaico de construções que se entrelaçam e escondem nos arvoredos e nos penedos.  

É sede de um município subdividido em 20 freguesias. 
 
Durante o domínio muçulmano surgiram os primeiros textos.  


Em 1348 a peste negra atingiu a população da cidade. Em 1755 ocorreu o terremoto. 

      Na estrada de Sintra, perto da meia-noite, ao luar, ao volante,
      Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
      Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
      Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim...
                                                          (Fernando Pessoa) 

Palácio Nacional – monumento central na vila, com mistura de arquitetura gótica, manuelina e árabe.  O palácio possui conjunto de azulejos antigos do país. Na sala dos brasões estão expostas as armas de D. Manuel I, de seus filhos e de setenta e duas pessoas importantes da família da nobreza.

Palácio Nacional  da Pena – localizado no cume de um monte, os estilos se misturam. Do século XIX num conjunto de minaretes, torres, janelas, varandas, sacadas e muralhas.



Pórtico do Tritão, alegórico da criação do mundo, apresenta figura meio homem e meio peixe. Em 1503 o Mosteiro de Nossa Senhora da Pena foi doado à Ordem de S. Jerônimo por D. Manuel I.


Em 1838 ocorreu a compra do Mosteiro por D. Fernando II (após extinção das Ordens Religiosas em 1834).

Claustro manuelino - parte original do antigo mosteiro do século XVI revestido de azulejos hispano-árabes, cerca de 1520.

                                                  Claustro


                                                              Sala de recepção

De 1842 a 1854 houve recuperação do Mosteiro e construção do “Palácio Novo”, conduzida pelo Rei.


Em 1889 ocorreu a aquisição do Palácio e Parque pelo Estado. De 1910 a 1912, após a implantação da República o Palácio é transformado em museu.
                                                            Sala árabe

 


Palácio Real de Queluz – estilo rococó, chamado de “Versalhes português. Construção iniciada em 1747 para recanto de verão de D. Pedro de Bragança.

Castelo dos mouros – construído no século VIII d.C., ocupado pelo primeiro rei em 1147. Erguido em blocos de granito, na cumeira da serra com ameias.  

Palácio da Regaleira – conhecido também como Palácio do Monteiro dos Milhões.

Convento dos Capuchos – convento franciscano, dotado de despojamento arquitetônico e decorativo. Conhecido também como Convento da cortiça devido o uso da cortiça na proteção e decoração de seus espaços.

Parque de Monserrate – construído em 1858, por ordem do visconde de Monserrate, Sir Francis Cook. Foi residência de verão da família Cook. Situado a caminho de Colares, o jardim do parque rodeia o edifício.

 

 

sábado, 15 de novembro de 2014

ALCOBAÇA (Portugal)

 

                                      QUANTAS vezes a memória
                                      Para fingir que inda é gente,
                                      Nos conta uma grande história
                                      Em que ninguém está presente
                                                                  (Fernando Pessoa)

 
          Situada na confluência dos rios Alcoa e Baça, no litoral centro de Portugal.  População estimada em 14000 habitantes. Distante 92 km de Lisboa. Sede de um município subdividido em 13 freguesias.

          O nome Alcobaça provém da aglutinação dos rios Alcoa e Baça. A cidade é conhecida pelo mosteiro cisterciense.

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça é Patrimônio Mundial da Unesco, de arquitetura gótica, acentuada pelas linhas das paredes que formam as abóbodas em arcos quebrados. A planta é o formato de cruz latina.



 


A Igreja do mosteiro é do século XII. A fundação da abadia foi inaugurada pelo primeiro rei português na tomada de Santarém aos mouros. Dom Afonso Henriques concedeu aos monges da Ordem de Cister as terras circundantes. A abadia foi criada em 1152. As obras duraram seis séculos.

 A nave central é a maior construída pela ordem desses monges, com 19 m de largura e 17 de altura.



Um claustro serve de centro para a igreja, oficinas, casa do capítulo, cozinha e refeitório.






                   Claustro dos Noviços ou do Cardeal
    
                                                                
 

 
         O castelo de Alcobaça – a construção primitiva é indefinida, pode ter sido pela ocupação visigótica ou pela muçulmana devido a uma torre albarrã. Em 1148 foi tomado pelo rei D. Afonso Henriques. As terras foram doadas aos monges da Ordem de Cister em 1153 para que povoassem e defendessem, ano em que foi fundado o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.


 
         Em 1191 e 1195 a região foi atacada pelos mouros. Reconquistada por Sancho I de Portugal devolvendo as terras aos monges de Cister. 

 

         O castelo encontrava-se abandonado e foi reconstruído pela Ordem. Passou a integrar na linha de defesa de Lisboa, juntamente com o Castelo de Leiria, Castelo de Pombal e Castelo de Óbidos.      Os monges se desenvolveram a vitivinicultura e a enologia, tornando-se referência gastronômica. Em 1422 o castelo foi danificado por terremoto. Ocorreram obras de reconstituição. Em 1627 a torre a leste passa a ser utilizada como cadeia. Em 1755 ocorreu outro terremoto.

          No local encontra-se o sarcófago de Pedro I e Inês da Castro.


 

         Em 1834 o Mosteiro foi extinto e o castelo passou para a posse da Câmara Municipal de Alcobaça.   Parte da biblioteca, com mais de 100.000 tomos e manuscritos foi salva do saque e incêndio dos franceses e saque dos portugueses durante as guerras liberais. Atualmente estão preservados na Biblioteca Pública de Braga e na Biblioteca Nacional de Lisboa.       Em 1978 através de Decreto tornou-se Imóvel de Interesse Público.

 
 
Museu e fábrica da Atlantis – situada na região da Marinha Grande, produção de vidros e cristais de Portugal.
 
         Ginja de Alcobaça – licor de processo artesanal de ginjas frescas.

         Prato típico da região é o frango na púcara: frango guisado aos pedaços com molho de receita secreta, inclui cebolinho, acompanhado de arroz branco e batatas fritas. Nos doces, encontramos trouxas de ovos, delícias de Frei João e Pudim de ovos do mosteiro de Alcobaça.