sábado, 14 de julho de 2012

DINAMARCA


Forma de governo: monarquia
Sistema de governo: parlamentarismo
Moeda: coroa dinamarquesa

O significado de “Dinamarca” refere-se a limite, fronteira, território dos danos.  O nome tem origem no séc. IX, período da unificação do território dinamarquês pelos danos ou daneses (povo escandinavo que ocupou a região por volta do século VI d.C). Outro étimo, menos provável, considera o nome como derivado de Dan, lendário rei dinamarquês cerca do séc.I d.C.

O país é ponte econômica e cultural entre a Europa central e a Escandinávia,  caracteriza-se pela prosperidade da economia, pelo nível elevado de vida e por sua recusa em aderir a moeda européia.

O território dinamarquês é composto pela Península da Jutlândia, unida à Alemanha por um istmo de apenas 70 km e por um arquipélago no Mar Báltico, constituído por mais de 500 ilhas. Entre elas, destaca Fyn, onde se localiza Copenhague. 

A Dinamarca possui limites marítimos com o Mar do Norte e com o Mar Báltico. Os numerosos fiordes são resultantes do afundamento dos vales glaciais sob o mar.

O país é plano, o rio mais importante é o Gudena, com 158 km de extensão, clima temperado úmido, influenciado pela proximidade do Oceano Atlântico. A fauna é composta de cervos, lebres e diversas espécies de peixe de água doce e salgada. É um dos países de maior consciência ambiental, foi o primeiro a ter um ministro de Meio Ambiente.

A Dinamarca se tornou uma potência no norte da Europa e ampliou suas conquistas por meio de organizadas expedições navais. O país constitui uma das mais antigas monarquias européias, é o menor dos três reinos escandinavos.

A atividade industrial não está apoiada na existência de recursos minerais, não possui reservas significativas de carvão, petróleo e minério de ferro. A indústria de vidro e cerâmica está apoiada em recursos nacionais.

Os dinamarqueses fazem parte do grupo étnico nórdico. Sua língua pertence ao grupo escandinavo oriental da língua germânica, sendo semelhante ao sueco e norueguês. Há dialetos locais ainda em uso, especialmente nas ilhas. Existe a liberdade do culto religioso. No país praticamente não há analfabetos.

ARTE: os mais antigos vestígios de atividades artísticas datam de cerca de 8500 a.C. Após a introdução do cristianismo, a arte românica passa a ser cultivada: a escultura de pias batismais, túmulos e pórticos. A pedra é o material mais usado, a figura do animal mais usada é o leão.

LITERATURA: em 1495 foi impresso o primeiro livro dinamarquês. É uma crônica que conta a história dos reis dinamarqueses, numa forma que lembra o canto folclórico. Os primeiros livros impressos eram eclesiásticos, escritos em latim.

Destacam-se:

- Soren Kierkegaard (1813-1855), filósofo, considerado um dos pais do existencialismo. Sua obra ficou conhecida no final do século XIX e influenciou autores como Heidegger e Sartre. Publicou em 1843, sua principal obra Ou-ou,que é um debate filosófico em forma de romance.


-   Hans Christian Andersen (1805-1875), escreveu contos infantis que percorreram o mundo, autor de
O patinho feio.




 -   Niels Henrik Bohr (1885-1962), cientista, cujos estudos teóricos sobre a estrutura do átomo forneceram as bases da física quântica e lhe renderam o Prêmio Nobel de Física em 1922.


ESCULTURA: Pequena Sereia é personagem símbolo de Copenhague.



RELIGIÃO: 97% pertencem à Igreja luterana, religião oficial. A Igreja é sustentada por imposto pago pelos dinamarqueses luteranos. Nos últimos anos, um número crescente de pessoas, através de ação judicial, abandona a Igreja oficial para evitar o pagamento da taxa. Outros dinamarqueses pertencem a outras seitas: católico, metodistas, batistas e judeus.


HISTÓRIA: o país tem início no ano 800 da era cristã com a expansão para o norte do império de Carlos Magno. Os vikings, de origem escandinava, iniciaram o domínio do território em princípios do século VI ao expulsarem os povos germânicos. As tribos dinamarquesas foram reunidas sob um reino no século IX, com as fronteiras de seus domínios demarcadas pelo Rio Eider.

No reinado de Harold Blaatand, cerca de 960, atribui-se a unificação do país, a conquista da Noruega e a introdução do cristianismo.

No início do século XI, Canuto, o Grande, conseguiu reunir em um império as coroas de Dinamarca, Inglaterra e Noruega. Após sua morte, o império se desintegrou. Com Canuto o Grande, formou-se uma monarquia, incluindo parte da Suécia. O colapso da expedição planejada contra a Inglaterra por Canuto o Santo, em 1085, põe fim às ambições extra-continentais.

Em 1104 foi estabelecido o arcebispado, o crescimento e a consolidação da Igreja nacional.

Valdemar I (1157-1182) e Canuto IV (1182-1202), a implantação do domínio dinamarquês sobre o Báltico.

Valdemar II (1202-1241), a conquista da Estônia em 1219 marca o apogeu do poder dinamarquês. A traição de um vassalo germânico que aprisionou o rei e a derrota militar em uma grande batalha foi suficiente para provocar a queda desse império.

A dinastia dos Valdemar foi uma das mais gloriosas da história do país, apoiava-se na nobreza feudal e no clero, protegido por privilégios reais. A educação generalizou-se, uma classe média vigorosa surgiu como resultado do desenvolvimento econômico; o camponês, independente, com seus direitos bens definidos, prosperou.

À morte de Valdemar II houve um período de desintegração. Nos séculos XIII e parte do séc. XIV, as lutas entre os reis e os duques se estenderam. A essas dificuldades somaram-se os prolongados litígios entre os papas e a coroa. Dessa forma constituía maior risco, o início de uma ruptura entre o rei e a nobreza, com reflexos constitucionais.

Em 1282, os nobres obtiveram do rei a primeira Carta reconhecendo a assembléia nacional como um ramo do governo.

Cristóvão II (1319-1331) foi forçado a reduzir as prerrogativas reais, aumentar os privilégios da nobreza e diminuir o peso dos impostos e tributos. Com a morte de Cristóvão II a instabilidade política atingiu seu ponto culminante.

Entre 1332 e 1340 a monarquia dinamarquesa esteve acéfala.

Valdemar IV (1340-1375), restabelece a autoridade real e o prestígio do país como potência báltica. Com a morte de Valdemar IV, extinguiu-se a linha dinástica masculina.

Olaf (1375-1387), filho menor de Margarida (filha de Valdemar, casada com o rei Haakon da Noruega). foi escolhido pelo conselho privado para ser o novo monarca. Em 1387, com a morte do marido e posteriormente de seu filho, Margarida se fez reconhecer como soberana da Dinamarca e da Noruega. Chamada a intervir na Suécia pelos nobres sublevados contra a coroa, Margarida expulsou em 1389 a casa reinante e se tornou regente dos países escandinavos.

Em 1397, fez coroar Erik, duque e neto de sua irmã mais velha, como o rei dos três países. No mesmo ano, a Dinamarca se uniu aos demais reinos escandinavos: Noruega, Suécia e Islândia. Durante os séculos XVI e XVII, o Reino da Dinamarca se envolveu em numerosos conflitos, de caráter religioso e militar. O objetivo dos dinamarqueses era manter sua posição privilegiada na região báltica.

Em 1412 com o desaparecimento de Margarida, Erik não soube preservar o espírito da unidade entre os Estados escandinavos.

Em 1428 Copenhague foi atacada. A luta continuou até 1435, quando Erik, ameaçado pela revolta de seus súditos suecos, abandonou a guerra.

Em 1439, Erik foi deposto pelos conselhos da coroa dos países escandinavos, designado Cristóvão, seu sobrinho, Duque de Baviera, para sucedê-lo.

Em 1448 falece Cristóvão II, termina a União de Kalmar.

Em 1450, Cristiano de Oldenburg foi eleito rei, pela Dinamarca e Noruega. A Suécia escolheu Karl Knutsson, como Carlos III.

Cristiano II (1513-1523) restabeleceu a união entre os três países.

Em 1523, o povo revoltado fundava o reino da Suécia, sob Gustavo Vasa, que reinou como Gustavo I (1496-1560).

Em 1536 terminava a luta contra a ocupação de Copenhague, as propriedades do clero foram confiscadas, os mosteiros fechados e seus bens adjucados à coroa. No mesmo ano foi criada a Igreja luterana dinamarquesa.

Cristiano IV (1588-1648) pretendeu assegurar para a Dinamarca a supremacia do norte da Europa.

A intervenção na guerra dos Trinta Anos, por instigação inglesa, terminou em amarga derrota para a Dinamarca.

Frederico II (1648-1670) se precipitou em declarar guerra à Suécia.

Em 1660, a paz de Copenhague restituiu à Dinamarca parte dos territórios cedidos, reduziu a hegemonia e estabeleceu novas fronteiras na Escandinávia.

Cristiano V (1670-1699) foi marcado pela tentativa frustrada de recuperar os territórios perdidos.

Frederico IV (1699-1730), aliado à Polônia e à Rússia, procurou, mas sem êxito, obrigar a Suécia a devolver suas conquistas militares.

Cristiano VI (1730-1746), com a influência dos proprietários de terras obrigou a uma série de medidas opressivas contra os camponeses, enquanto uma nova nobreza de condes e barões tomava o lugar e a fortuna da antiga aristocracia.

No fim do século XVIII a prosperidade da Dinamarca deve-se a duas circunstâncias: de ordem econômica e de natureza política. A Inglaterra, de exportadora, passou a importar os cereais, os preços dos produtos agrícolas subiram como conseqüência da Revolução Francesa e das guerras napoleônicas.

A habilidade política do governo de Copenhague logrou manter o país fora da guerra, com incremento para seu comércio.

Em 1800, a Dinamarca aderiu a liga de neutralidade armada dos países do Báltico, fundada para proteger os direitos de navegação dos países neutros. A medida contrariava os interesses ingleses. Em 1801, na batalha naval, a Dinamarca perdeu metade de sua armada e viu-se obrigada a aceitar as imposições britânicas.

Em 1807, o Reino Unido passou a exigir que a Dinamarca entregasse a esquadra a fim de evitar o apresamento pelas forças francesas.

Frederico VI (1808-1839) aliou-se a Napoleão, indignado com o procedimento inglês. Seguiram-se sete anos de guerra, com a paralisação do comércio dinamarquês e a ruptura de relações com a Noruega.

Com a derrota de Napoleão, a Dinamarca concluiu a Paz de Kiel. Em 1814, pela Paz de Kiel, teve de ceder a Noruega e a ilha de Helgoland.

Em 1848 os movimentos revolucionários acabaram com o absolutismo

Cristiano VIII (1839-1848) - faltou meio de solucionar o problema político criado pelas aspirações liberais da população.

Frederico VII (1848-1863) depois da agitação resultante da revolução de 1848 promulgou uma constituição da essência democrática, o que provocou um movimento separatista dos ducados, inspirado e apoiado pela Prússia.

Em 1849, aprovada uma Constituição de tendência liberal.

Em 1857, os liberais subiram ao poder, a constituição conjunta com os Holstein foi abolida e o novo rei Cristiano IX (1863-1906) persuadido a assinar uma outra constituição conjunta com o Scheleswig. Essas medidas davam à Áustria e à Prússia pretexto para a intervenção armada.

Em 1866 os conservadores assumiram o poder. Um conflito de mais de trinta anos surgiu.

No século XIX, a aliança estabelecida entre a Coroa dinamarquesa e o imperador Napoleão Bonaparte significou novas perdas territoriais com a derrota do Exército francês.

Em 1915 a Constituição foi reformada para consolidar o regime político de caráter democrático. Uma nova constituição concedeu às mulheres o direito do voto. Essa transformação fez da Dinamarca uma das democracias parlamentares mais evoluídas, acompanhada de um movimento econômico em que o setor comercial cedeu a primazia ao agrícola.

Cristiano X (1912-1947), nesse reinado conseguiu manter a neutralidade durante a primeira guerra mundial. Beneficiou-se do Tratado de Versalhes.

Em 1939, na guerra, a Dinamarca proclamou sua neutralidade e tomou medidas econômicas para ajustar-se às novas condições de guerra.

Em 1940, o ataque súbito da Alemanha, surpreendeu o país, devido a assinatura de um pacto de não-agressão. A Dinamarca estava despreparada para as operações militares de defesa. Foi invadida pelo Exército nazista. As forças nazistas, sob o pretexto de prevenir um ataque britânico, ocuparam a Dinamarca durante cinco anos, até 1945. O regime controlado pelos nazistas tomou caráter repressivo.

Em 1945 a monarquia constitucional foi restabelecida.

Em 1947, Frederico IX sucedeu ao seu pai, o governo passou das mãos dos liberais às dos sociais-democratas.

Em 1949, integração à Otan.

As principais eleições do pós-guerra foram vencidas pelos liberais.

Em 1949, a Dinamarca ingressou na Otan.

Em 1953 ocorreu reforma constitucional, entre outras modificações, permitiu o acesso de uma mulher ao trono.

Em 1973, a rainha Margarethe II foi coroada e assumiu a Coroa da Dinamarca. No mesmo ano foi aprovada a integração do país à Comunidade Econômica Europa (CEE).

Em 1982, os conservadores ganharam e pôs fim ao ciclo social democrata. Paul Schlüter foi nomeado.

Em 1993, escândalo político e demissão do conservador Paul Schlüter. Encerrou o domínio dos conservadores.

Em 1994, nas eleições, Paul Nyryp Rasmussen recuperou o poder do Partido Social-Democrata. Em 1998 obteve nova vitória.

Em 2000, “não” à adesão da moeda única européia, em plebiscito.

Em 2001, nas eleições, os conservadores liderados por Anders Fogh Rasmussen derrubou os social-democratas do poder. Helle Thorning-Schmidt é a líder do Partido Social-Democrata, desde 2005. Em 2011, nas eleições parlamentares, o partido governante, o Partido Liberal, foi mais votado, mas os partidos da oposição, o Partido Social-Democrata de Thorning-Schmidt obtiveram mais votos que a coligação do governo. O parlamento nomeou Helle Thorning-Schmidt, é a primeira mulher a ocupar este cargo na Dinamarca