domingo, 29 de julho de 2012

RÚSSIA

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            O nome Rússia provém do eslavônico Rus ou Ros. Existem três versões para a origem: a primeira, normanda, de povos dominadores do norte. O nome Rus seria derivado de Ruotsi, “remadores”, isto é “varegos suecos”. A segunda versão seria eslava, sobretudo do sul, muitos rios apresentam seu nome com base na raiz ros, rus; e a terceira seria da tribo irânico-alana que a si se chamava Rukhs-As, alanos ligeiros.

A Rússia é o maior país do mundo, três mares estão no território: Mar Negro, Mar de Azov e Mar Cáspio, sendo o maior depósito de águas continentais do mundo. O Mar Negro comunica-se com o Mar Mediterrâneo pela passagem que conjuga Estreito de Bósforo, Mar de Mármara e Estreito de Dardanelos.

O país abriga grandes lagos, resultantes do derretimento das geleiras. O ponto mais elevado é o Pico Narodnaua, com 1894 metros. Parte do território russo situa-se em latitudes superiores às do Círculo Polar Ártico. No Cáucaso está o Elbrus (5.642 m.), um vulcão extinto que é o ponto culminante da Rússia e da Europa.

Existem vários lagos naturais, como o Baikal, o mais profundo do mundo, com 1637 m; o Ladoga, o maior da Europa e o Onega.

A vegetação muda de acordo com a latitude. No norte se desenvolve a tundra, formada por um solo permanentemente gelado. Durante breves períodos ocorre degelo das camadas superficiais, que propicia o desenvolvimento de musgos, liquens e tipos de arbusto. A vegetação serve de alimentos para renas e lemingues.

Ao sul da área de tundra surge a taiga (formação vegetal, típica de clima frio composta por coníferas). Nos bosques encontram-se pinheiros, abetos e bétulas. Entre os animais estão alces, ursos-pardos e esquilos. Região de estepe arbustiva, com alternância entre bosques e pradaria, constitui a transição entre a mata e a estepe.

                                                                   Bétulas

A presença do homem estabeleceu-se primeiro no sul, estendendo-se para o norte devido às glaciações daquelas regiões. Dois aspectos geográficos contrastantes são apresentados no norte, densa zona de floresta, extensos rios e lagos, e o sul ocupado pelas estepes.

Por suas dimensões continentais, a Rússia dispõe de variadas riquezas em recursos naturais: metais preciosos, madeira, petróleo, gás natural e outros. Detém as maiores reservas florestais de pinheiros, abetos e cedros. A pesca é desenvolvida. Há embarcações dedicadas à elaboração de conservas em alto-mar.

Em relação à agricultura, o rigor climático de determinadas regiões impede o cultivo. Apenas um sexto do território apresenta condições de plantio. As matas ocupam 45% do país. É um dos maiores importadores de alimentos do mundo. A produção agrícola de maior destaque é a de cereais, que se concentram nas terras centrais. O país é produtor de trigo, batata e beterraba.




Entre os recursos minerais destaca-se o ferro, manganês, bauxita e outras matérias primas para a fabricação de alumínio. Existem extrações de cobre, jazidas de níquel, do qual é o primeiro produtor de cobalto e estanho. Importante produtor mundial de ouro. Possui jazidas de diamantes, antimônio, magnésio, tungstênio e platina. O país se posiciona entre os primeiros produtores mundiais de matérias-primas de origem mineral: antracita, linhito, petróleo, urânio, gás natural e carvão.

A Ferrovia Transiberiana é o principal canal de comunicação entre os extremos ocidental e oriental do país. Uma das mais famosas do mundo, construída entre 1891 e 1916, com 9.288 km. É a mais extensa linha ferroviária, une Moscou a Vladivostok, no extremo oriental da Rússia. Cruza sete fusos horários e atravessa os rios: Volga, Yenisey, Obi e Amur por pontes com até três quilômetros.
A moeda do país é o rublo. Rublo era um pedaço de certo peso cortado de um aço não-acabado prateado (grívnia), daí o nome da moeda. A palavra rublo é derivada do verbo russo que significa para picar.












HISTÓRIA

Durante os séculos:
·  VII a.C. - colônias gregas começaram a se formar na costa norte do Mar Negro (Criméia).
·  V a.C. - sármatas, crimeanos, citas (iranianos) ocuparam a estepe. O elemento dominante pode ser considerado turco-tártaro ou mongol, vindo da Ásia;
·   III d.C.-  ocupada pelos godos teutônicos, durante o período das Grandes Migrações, os alanos perderam o controle da estepe do oeste.
·  IV d.C - invasão dos hunos forçou os godos e alanos a se retirarem;
·   VI d.C - sucedidos pelos ávaros que estenderam seu domínio do Volga até o Elva sobre as tribos eslavas;
·  VIII - os avaros foram vencidos por Carlos Magno. Após os avaros, aparece nas estepes outra tribo turco-mongol, uma mescla dos povos asiáticos búlgaro-húnicos e trucos-altaicos, os Khazar (cazares), que subjugaram algumas tribos eslavas orientais, ancestrais dos russos modernos;
·  IX - ameaçados por invasões turcas, construíram a primeira fortificação de pedra das estepes, o Sarkel. Para melhor negociar com Constantinopla, o centro do cristianismo e com Bagdad, centro do islamismo, preferiram converter-se ao judaísmo. Os Khazar eram, assim, os senhores das estepes, na época em que a Rússia surge ostensivamente pela primeira vez à luz da história. Os Khazar sofrem pressão de outro grupo turco, os pechenegos.
·  XI - feroz horda turca expulsou os Khazar e os pechenegos, tornando-se os novos senhores das estepes e flagelo constante dos russos;
·  XII - surpreendidos pela poderosa invasão asática de todos os tempos, a dos mongóis, que reuniu os povos turco-tártaros da Ásia central, numa força que nenhum dos povos vizinhos era capaz de combater;
·  De 1237 até final do séc. XV, que durou 260 anos, os mongóis estabeleceram uma organização política relativamente estável, governando os povos que viviam desde o Báltico até o mar da China. Estabeleceram um sistema desenvolvido de arrecadação de impostos.

A língua predominante das populações das estepes pode ter sido, nos períodos diferente: iraniana, fino-úgrica ou turco-tártara.

A vida dos habitantes das estepes permaneceu fixada no pastoreio de ovelhas e cavalos. A história da zona de floresta foi diferente. Mais perigosa que a estepe aberta, muito mais demorada a emergir à luz da história, foi berço de complexa sociedade, ordenada em organização estável capacitada a subjugar vasta área, inclusive as estepes.

            A região nórdica da planície florestal foi povoada por três categorias diferentes de habitantes: finos,  lituanos e eslavos. O aparecimento dos eslavos ocorreu entre 1000-600 a.C. Os eslavos chamaram os varegos de Rus, designação que passou a ser do território por eles atravessado.

Os Khazar permaneciam com o controle das estepes, não interferiam no comércio dos eslavos e dos Rus. Mas o declínio dos Khazar e a crescente ameaça dos pechenegos levaram os Rus a formarem uma organização mais unida, para manterem a “estrada de água”.

O ano de 862 é dado como oficial de criação do Estado russo.

Em 860 os chefes de Kiev (Askold e Dir) organizaram força suficiente para atacar Constantinopla. Oleg, que sucedeu a Rurik, estabeleceu residência em Kiev matando os chefes de Kiev. Em 907 um novo ataque a Constantinopla. Em 911 assinou o tratado comercial com Bizâncio. Igor, filho de Rurik atacou Constantinopla em 944.

Igor e sua esposa Olga tiveram um filho, deram o nome eslavo de Sviatoslav. Este guerreou os Khazar, tomando sua fortificação de pedra, Sarkel, em 963.

Desde 1037 a Igreja russa ficou sujeita ao patriarcado de Constantinopla. Por mais de dois séculos, quase todos os metropolitas e bispos eram gregos.

Depois da morte de Vladimir, seu filho Sviatopolk, o Maldito, assassinou seus irmãos Boris e Gleb (canonizados como santos), mas foi derrotado por outro irmão, Yaroslav, príncipe eleito que reuniu todo o território sob o grão-ducado de Kiev. Mosteiros começaram a surgir em todas as cidades. O maior deles, o Petcherskaia Lavra, em Kiev, tornou-se o centro da fé e sabedoria.

Em 1097 ficou decidido que os filhos sucederiam a seus pais no trono. Esse tipo de sucessão direta, de pai a filho, passou então a prevalecer em todos os ducados. Após a morte de Vladimir, seu filho Iuri Dolgoruki, príncipe de Suzdal, mal tomou posse de Kiev foi expulso pelo seu filho, Andrei Bogoliulski.

Em 1156, Iuri construiu em Moscou uma fortificação de madeira, berço do Kremlim. Em 1169, Andrei enviou um exército contra Kiev, que foi saqueada. Foi o declínio da opulência sulista. Em 1240 Kiev foi definitivamente destruída pelo último e pior de todos os invasores mongóis, Batu Khãn.

Em 1240 e 1242, o grão duque de Novgorod, Aleksandr venceu os suecos e alemães na batalha do Neva, daí seu nome “Nevski”.

A partir de 1147 a cidade de Moscou é mencionada nos anais históricos.





Em 1380 Dmitri Donskoi derrotou os tártaros da Horda de Ouro. Dois anos depois Moscou era queimada e saqueada.

Em 1480  a recusa em pagar tributos aos tártaros, libertação da Rússia do jugo mongol.

Sob o governo de Vassili III foi consumada a unificação do território russo. Após a sua morte, seu filho Ivan, com três anos de idade, foi proclamado pelo metropolita Daniel, na Catedral da Virgem Imaculada, em presença de todo o clero, príncipe e boiardos, como grão-duque.

Ivan IV, o Terrível (1533-1584), com a idade de 16 anos, exigiu ser coroado como czar (em latim caesar). Ivan foi cruel, perverso sexual e paranóico religioso, matou o próprio filho Ivan e algumas de suas esposas, tendo tido sete. Seu reinado foi de grandes reformas.

Em 1552 submeteu o canato de Khazar e em 1556 o de Astrakhan. Para celebrar o fato, mandou construir a Catedral de São Basílio (Vassilia Blozhennogo) na praça Vermelha, em frente ao Kremlim.

Fyodor I (1557-1598), filho de Ivan IV, foi czar de 1584 até morrer. Homem fraco, inapto para exercer o governo, viu a administração cair nas mãos do seu cunhado, de ascendência mongol, Boris Godunov (1550-1605), o qual se fez eleger czar, que proibiu aos camponeses deixar suas propriedades ou passar para outros proprietários.

Para assegurar sua posição, exilou a sétima mulher de Ivan com seu filho Dmitri, de dois anos, numa província remota. Mandou matar, em seguida, o eventual futuro pretendente do trono, que oficialmente morreu em 1591, de um ataque epiléptico, aos 14 anos. Com a sua morte, a dinastia dos Ruriks foi extinta.

De 1601 a 1603 a Rússia atravessa grave crise de má colheita, epidemias e revoltas sociais.

Após a morte de Boris (1605), o Pseudo-Dmitri se instalou no trono do Kremlin, mas foi assassinado pela população em 1606, desgostosa com sua depravação e as tendências católicas dos seus protetores poloneses.

Em 1606 o trono passa para um influente boiardo, Vassili Chuiski, foi destronado pelos próprios boiardos em 1610. O trono permaneceu vazio até 1613, durante três anos, no período chamado “época das perturbações”.

Em 1610 o impostor foi morto por um tártaro de sua corte. O sul estava em desordem e perdas territoriais se sucediam. Cresciam as revoltas e os sentimentos antipoloneses. Um novo exército nacional, com exclusão dos cossacos, em 1612, liberou Moscou do domínio polonês.




Em 1613 foi designado para czar Miguel Romanov (1596-1645), parente distante dos Ruriks. Começa uma nova dinastia, a dos Romanov, que governou a Rússia até 1917. A era dos Romanov foi de 1613 a 1689.

Em 1754 abre em Moscou a primeira universidade russa, com três faculdades: poesia, teatro e arquitetura.

O longo reinado de Catarina II (1762-1796) foi marco na história russa, com o retomar à obra de Pedro, o Grande. Correspondendo-se com Voltaire, d’Alembert, Diderot, von Grimm e com as cabeças coroadas da Europa, como Frederico II e Maria Teresa, criou o “mito russo”, que politicamente explorou para fortificar o seu imenso império.

Alexandre encontrou face a face com Napoleão cuja personalidade o fascinou.

Em 1807, o resultado foi o tratado de paz de Tilsit. Alexandre I alia-se a Napoleão. Sob a influência de Napoleão, entrou em guerra com a Suécia, o que resultou na anexação da Finlândia, em 1809. De 1806 a 1812, durante seis anos houve conflito com a Turquia.

Em 1808, no segundo encontro dos dois imperadores, Napoleão ofendeu-se com a recusa de Alexandre em lhe dar a irmã como esposa. Suas relações ficaram tensas, resultando a invasão da Rússia em 1812, por 600 mil homens de Napoleão. Tempo e espaço foram os maiores aliados dos russos, cujas forças militares não ultrapassaram um terço das de Napoleão. Depois da sangrenta e indecisa batalha de Borodino, Moscou se rendeu a Napoleão. Durante cinco semanas Napoleão permaneceu em Moscou, incendiada e abandonada pelos habitantes, aguardando em vão a proposta de paz. Vendo Napoleão seu exército exausto, desmembrado e desmoralizado pela longa marcha , ameaçado pela aproximação do inverno, não ousou continuar a marcha até São Petersburgo.

Em 1825 as conspirações contra Alexandre terminaram com a sua repentina morte. Seu irmão, Constantino, regente da Polônia renunciara a sucessão, passando o trono para seu irmão Nicolau Pavlovitch.

Nicolau I, de 1825 a 1855, não era místico, mas frio e reservado, temido e adiado, fez desses sentimentos o instrumento do seu poder. Em 1855 morreu Nicolau I, passando o trono para seu filho Alexandre II.

Alexandre II, de 1885 a 1881, recebendo de Nicolau I a pesada herança da guerra da Criméia e dos problemas sociais internos. O maior feito foi a liberação dos camponeses, o que preparou o caminho para as outras reformas. Ampliou os transportes ferroviários, possibilitando progresso nos setores comercial e industrial.

Em 1886 um estudante tentou assassinar Alexandre. Em 1879 foi formado o partido terrorista.

Em 1879, Soloviev dispara cinco tiros no czar, em 1880 um operário faz explodir a sala de jantar imperial no palácio do Inverno. O povo queria constituição e liberdade política.

Em 1881, Alexandre II assina o projeto Loris-Melnikov, mas logo em seguida é assassinado pelos revolucionários, encabeçados por Sofia Lvovna Perovskaia. Alexandre III atua de 1881 a 1894, mas o projeto quase-constitucional de Loris-Melnikov, aprovado pelo czar Alexandre I no dia do seu assassinato, morre com ele, não vai adiante.

Em 1891, depois da grande fome, começaram a surgir novos movimentos populares. Os socialistas russos tornaram-se marxistas sob a liderança de exilado. Argumentavam que a Rússia se transformava num país industrial e o proletariado industrial crescia. De fato, as redes ferroviárias aumentaram de 27 mil para 45 mil quilômetros. Em 1891 começa a estrada de ferro Transiberiana.

As idéias do socialismo propagadas por Marx e Engels começaram a penetrar na Rússia. Em 1896, 30 mil operários de São Petersburgo entraram em greve pela primeira vez. Em 1903 os social-democratas se dividiram em dois grupos hostis: o radical e revolucionário dos bolcheviques (“maioria”) liderados por Lênin, e o dos mais moderados mencheviques (“minoria”). Surgiu um terceiro partido, o dos social-revolucionários.





Em 1905 uma multidão pacífica e desarmada, carregando ícones, retratos do czar e cantando hinos religiosos, se aproximou do palácio de Inverno, para rogar a reforma. Estando o czar ausente, os guardas do palácio ordenaram aos soldados que disparassem contra a multidão. Perto de mil pessoas foram mortas.

Em 1915 o czar dissolveu a duma e demitiu os ministros liberais. A última oportunidade para uma situação pacífica foi perdida. Os chefes do exército passaram para o lado da duma e da opinião pública. Em 1916 a situação da Rússia se tornou muito séria, com agravamento da situação econômica. Muitos dos convocados não podiam ser mandados para os campos de batalha por falta de munições e suprimentos. Enquanto o czar em pessoa assumia o comando dos exércitos, afastando do posto o grão-duque Nicolau Rasputin dominando a imperatriz e a corte, escandalizava a Rússia.

Em 1916 Rasputin foi assassinado pelo príncipe Yusupov, marido da sobrinha da imperatriz e um deputado de extrema direita. A duma foi prorrogada até 1917. Desordens multiplicaram-se e o espírito revolucionário espalhou-se por toda a Rússia. Em 1917 começou a revolução.

RELIGIÃO: segundo a Constituição há separação entre o Estado, a religião e a escola. Parte da população ainda mantém crenças religiosas, mas desde a revolução cerca de dois terços dos lugares de culto foram fechados ou transformados em museus ou centros recreativos e culturais. A primeira comunidade religiosa do país é a Igreja ortodoxa russa. Existem no país: os luteranos, os batistas e outras comunidades evangélicas como adventistas, metodistas e menonitas.

Em 1943 Stalin permite a eleição de um patriarca, sendo então criado um departamento estatal para assuntos da Igreja ortodoxa e outro para organizações não religiosas, o que repôs em funcionamento o antigo controle czarista sobre a Igreja.

LETRAS E ARTES: a arte russa na antiga região do império czarista pode ser dividida em três grandes períodos:
·        pré-história (inclusive o povo nômade)
·        fase bizantina
·        fase ocidentalizante, a partir do reinado de Pedro, o Grande, até a Revolução de 1917.

Para complementar, existem:
·        vestígios pré-históricos;
·        arte portátil, ornamental, no estilo dos povos nômades e predadores (mongóis, turcomanos, tártaros, etc.);
·        arte dos citas com seus grandes túmulos, onde encontraram objetos de ourivesaria, como coroas, jóias e armas (Museu do Ermitage).






ARQUITETURA: entre os séculos XII e XIII as igrejas do período Vladimir-Suzdal tem uma característica incomum na estrutura e decoração das igrejas bizantinas: as paredes são de arenito branco (e não de tijolos), sendo que as interiores são decoradas com baixos-relevos bastante espaçados, ao contrário das exteriores que apresentam numerosos exemplos desse tipo de decoração, caso único na Rússia.

PINTURA: no período Vladimir-Suzdal o afresco suplanta definitivamente o mosaico.

Ícone: “Maria orante” século XIII, no Ermitage. Após a destruição da Suzdália em 1247 pelos mongóis, é que a gande arte do ícone começa a florescer na Rússia, a partir do século XIV.

Período de Novgorod  - (século X ao XV) nasce o verdadeiro estilo russo-bizantino com suas igrejas de cúpulas bulbares (para evitar o acúmulo de neve).

Kremlin é a acrópole formada por um conjunto de palácios e igrejas protegido por muralhas. O Kremlin existe nas grandes cidades russas, embora tenha existido em Cracóvia e em Praga.

      O Kremlin de Moscou construído por Ivan II o Grande, em 1474, considerado como típico monumento arquitetônico russo. Embora o Barroco predomine no Kremlin, as igrejas são em estilo russo-bizantino.

Em 1547 Moscou sofre um incêndio devastador no reinado de Ivan IV, o Terrível, que manda elevar novos templos, inclusive a famosa igreja do Bem-Aventurado Basílio (1555-1557), na Praça Vermelha de Moscou, com várias cúpulas bulbares de madeira, formando turbantes multicores.

MÚSICA: no século XVI não existia, praticamente, nenhuma música russa. A partir de 1550 começa a importação de música ocidental, inicialmente só para uso da corte. O criador da música nacional russa é Mikhail Ivanovitch Glinka (1804-1857), foi chamado de “Mozart russo”.

Piotr Ilitch Tchaikovski, compositor russo (1840-1893), idolatrava Mozart, nacionalista que quis fazer música européia e universal, um eclético. Sucesso com a sinfonia nº 6 (Pathétique), é o compositor oficial da Rússia.





Serguei Rachmaninov (1872-1943), pianista, preferiu o exílio nos EUA. Com estilo rapsódico e temperamento fortemente emotivo. Obras com elogio: concerto para piano e orquestra nº2 em dó menor (1901) e sinfonia nº 3 (1937).

Stravinski (1882-1971), os balés O pássaro de fogo (1910) e Petrouchka (1911), acentos de nacionalismo musical russo. Outras obras: Sagração da primavera (1913), sentido de primitivismo deliberadamente “bárbaro”.

LITERATURA: monges escreveram as primeiras crônicas, que se tornaram fonte para o conhecimento dos fatos históricos e, também, da vida na antiga Rússia. Uma herança literária importante na Rússia medieval são as canções heróicas, populares, chamadas bilini, de autoria anônima.

Pushkin destacou-se no teatro com uma tragédia shakespeariana, Boris Godunov (1831), e nos últimos anos de sua vida, na prosa de ficção. Como historiador deixou História da revolta de Pugatchev.

A obra de Nikolai Vassilievitch Gogol (1809-1852) realiza a mudança do centro de gravidade das letras russas para a prosa de ficção que, entre os românticos, fora algo eventual.

Conde Aleksei Konstantinovitch Tolstoi, escritor russo, nasceu em São Petersburgo em 1817, morreu em 1875. Seus poemas líricos e as baladas gozaram de popularidade ao seu tempo.

Fiodor Mikhailovitch Dostoievski (1821-1881), sua obra Gente pobre (1845) parecia a expressão perfeita do Realismo psicológico e social da época. Esteve preso na Sibéria. Na década de 1860, na novela Cartas do subterrâneo (1864), obra estranha e virulenta, encontram-se em forma concentrada, os elementos que se desenvolveram nos romances Crime e castigo (1866), O idiota (1868), Os demônios (1871), Os irmãos Karamazov (1880).

Lev Nikolaievitch Tolstoi (1828-1910), o objetivo de Tolstoi era desmascarar as falsas imagens e os enganos criados pela linguagem corrente.

Anton Pavlovitch Tchekhov (1860-1904) em seus contos, com freqüência, o interesse se concentra no meio ou mesmo no início.



MATRIOSHKA



Segundo a lenda, um artesão russo esculpia bonecas em pedaços de madeira. Criou uma muito bonita, não vendeu, levou para enfeitar o armário de seu quarto. Deu o nome de Matrioshka. Ao se deitar, todas as noites, perguntava a Matrioshka, se ela estava feliz. Ela respondia que sim. Numa das noites, ao fazer a mesma pergunta, ela respondeu que não estava mais contente, e para voltar a ser feliz, ela queria um bebê, uma filha. No dia seguinte, o artesão esculpiu uma filha para ela. Ao chegar em casa, cerrou a Matrioshka ao meio e colocou dentro dela, a Trioshka, o nome que deu a nova boneca. No dia seguinte, foi Trioshka que respondeu a pergunta do artesão e dizendo que ela também precisava de uma filha para ficar feliz. O artesão esculpiu outra boneca, denominou Oshka e colocou dentro de Trioshka. No dia seguinte, Oshka pediu uma filha também. No dia seguinte, antes de colocar a nova boneca dentro de Oshka, o artesão teve uma idéia, para evitar que a nova boneca pedisse uma filha, e aquilo não acabar mais, antes de colocar dentro de Oscha, deu-lhe um par de bigodes e transformou-o em um boneco. Deu o nome de Ka, acabando com a linhagem da Matrioshka. Esse artesanato é típico da Rússia.