sábado, 28 de julho de 2012

SÃO PETERSBURGO


                    PARA MIM MESMO ERGUI...                                                
                                        (Pushkin, Alexander Sergueievitch-1799-1837)
           
            Para mim mesmo ergui, não com as mãos, moimento*:
            a estrada livre para o meu povo há-de trilhar.
Alexandre não tem coluna erguida ao vento
Que erga a cabeça mais que o meu pilar.

Não morrerei de todo – pois que no meu canto,
Sem corpo corruptível, soarei altivo.
E o meu renome imenso durará enquanto
Houver na terra um poeta sobrevivo.

Da minha fama o ruído a Rússia há-de varrer,
Que aos povos todos dela irá iluminando,
O eslavo, o balta, o tungu me hão-de conhecer,
como o kalmuk a estepe cavalgando.

Serei amado, e as gentes lembrarão mil anos
Na glória do meu verso o fogo que acendi:
Como cantei ser livre em tempo de tiranos
E para os humilhados honra só pedi.

Ó Musa, nunca escutes mais que a um deus, tua arte,
Impávida aos insultos, ao louvor mais fria.
Sem recompensas, canta, mas saibas calar-te
Sempre que um asno cruze pela tua via.

     *(moimento: monumento em honra de alguém; mausoléu)


São Petersburgo teve outros nomes: Petrogrado, de 1914 a 1924 e Leningrado, de 1924 a 1992.  Fundada em 1703 pelo czar Pedro, o Grande, após a vitória sobre os suecos. Situada às margens do rio Neva, na entrada do Golfo da Finlândia, no Mar Báltico. Foi capital do Império Russo por mais de duzentos anos, de 1713 a 1918. O nome da cidade foi devido a São Pedro, o apóstolo, santo padroeiro de Pedro, o Grande, este ao construí-la tomou Amsterdam como modelo.

A cidade possui canais, ilhas e amplas retas, que são as avenidas. A mais famosa e importante é a Avenida Niévski, ou Niévski Prospkt, com mais de cinco quilômetros. O centro histórico e diversos monumentos constituem patrimônio mundial da Unesco.

Com a fundação de São Petersburgo e sua atuação como capital, se dá a ocidentalização da arte russa com a introdução do Barroco proveniente da Itália e França. A arte bizantina é relegada às províncias.









Atrações:

- Monumento a Pedro, o Grande - Pedro I da Rússia (1672-1725), denominado o Grande, czar e primeiro Imperador do Império Russo, foi o fundador de São Petersburgo. Nasceu em Moscou, filho do imperador Alexandre, membro da família real de Romanov. Esteve na Europa, como marinheiro, carpinteiro, retalhou gordura de baleia, estudou anatomia e cirurgia, dissecou cadáveres, visitou museus e galerias de arte.




- Coluna rostrada - da palavra latina rostrum (proa de barco)- monumento que simboliza as vitórias marítimas. A coluna tem 32 metros de altura,  adornada com as partes dianteiras dos barcos. Segundo a tradição, as quatro esculturas ao pedestal de cada coluna simbolizam os quatro rios mais importantes da Rússia: Volga, Dnieper, Neva e Volkhov. Arrematadas com tochas que faziam as vezes dos faróis no porto marítimo de São Petersburgo, dentro colocava-se produto próprio prendendo o fogo ao anoitecer. Situada na ponta da ilha Vassilievski.



- Catedral de Santo Isaac – na decoração existem 43 tipos de minerais: o zimbório é revestido de granito, peredes e chão de mármores russos, italianos e franceses, as colunas do retábulo são de malaquita e lápis-lazúli. A cúpula é de ouro. A Catedral é adornada por cerca de 400 obras entre esculturas, pinturas e mosaicos. Capacidade para catorze mil pessoas.  Em 1931 a catedral passou a museu. Ao subir até a base da cúpula, avista-se a cidade de São Petersburgo.


- Avenida Nevsky - com quatro quilômetros de extensão, possui pontes e palácios, cafés, restaurantes, lojas, museus, bibliotecas, etc. Em Nevsky viveram todas as classes: a nobreza, artesãos, prostitutas, boêmios, marginalizados, espaço de manifestação artística. Muitos personagens, temas e motivos surgiram e foram motivos na obra de: Gogol, Dostoievski, Tolstoi e Gorki.

- Palácio do Conde Stroganoff – em frente ao rio Moika. Pertencia a família nobre e devota às artes, acumulando um acervo.

- Museu Russo – fundado em 1898, pelo czar Nicolau II. È um museu de arte, a coleção possui cerca de 400 mil itens, instaladas no Palácio Mikhailovsky, Palácio Stroganov, Castelo de São Miguel e Palácio de Mármore. O complexo inclui os Jardins de Verão e a Casa de Verão de Pedro, o Grande. Pertence ao patrimônio nacional, desde 1992.

- Palácio de Inverno – construído entre 1754 e 1762 para residência de inverno dos czares russos e as famílias. Palácio verde e branco, estilo rococó, possui 1786 portas e 1945 janelas. Catarina, a Grande, foi a primeira czarina a ocupá-lo. Atualmente faz parte de um complexo de edifícios que pertencem ao Museu Hermitage.




- Catedral São Salvador sobre o Sangue Derramado – Construída em 1882 tendo em vista o assassinato no mesmo lugar de Alexandre II. No interior existe o fragmento do piso onde caiu. A fachada possui azulejos vermelhos decorados com mosaicos, cúpula em formato de bulbo, ornamentadas com cerâmicas multicoloridas. Seu interior é recoberto por mais de 7 mil metros quadrados de mosaicos.  

- Museu Hermitage – fundado por Catarina II, a Grande, para acomodar sua pinacoteca pessoal. Atualmente possui mais de 3 milhões de obras de arte: esculturas, pinturas, cristais, porcelanas, tapeçarias, jóias, antiguidade clássica, arte contemporânea, armas, medalhas, moedas, livros valiosos, etc. O museu ocupa cinco edifícios contíguos ao antigo Palácio de Inverno, residência dos czares. A coleção possui itens de todas as épocas, estilos e culturas da história russa, européia, oriental e norte da África.  A coletânea está distribuída em dez prédios, situados ao longo do rio Neva.
- Palácio Menshikov – construído entre 1710 e 1721, estilo barroco.

- Pequeno Hermitage – de  1765 e 1766, estilo entre o barroco e o neoclássico, possui um elo de ligação entre o Palácio de Inverno e o Grande Hermitage.

- Grande Hermitage – construído entre 1771 e 1787 por ordem de Catarina II a fim de abrigar a coleção imperial de arte e biblioteca. Palácio com três andares em estilo neoclássico.

- Teatro do Hermitage – construído por ordem de Catarina II, entre 1783 e 1787, estilo neoclássico, com colunatas, estatuária na fachada e relevos de leões.

- Palácio do Estado Maior – de 1820 e 1827, estilo neoclássico. Na fachada destaca-se o arco do triunfo coroado por uma carruagem com seis cavalos, grupos de guerreiros armados, figuras aladas e baixos relevos. Faz parte do museu a ala leste.

- Novo Hermitage – construído entre 1842 e 1851, o primeiro prédio construído para abrigar coleção de arte do museu.

- Palácio de Inverno e nascimento do museu – é o maior e mais importante dos prédios do Hermitage. Construído por ordem da Imperatriz Ana Ivanovna, na década de 1730. De estilo barroco, serviu como residência dos monarcas até o início do século XX. Em 1837, no reinado de Nicolau I, ocorreu um incêndio.


















- Praça do Palácio – coluna do Imperador Alexandre, no cimo da coluna a figura de um anjo cuja cara se diz ter sido moldada segundo as feições de Alexandre








- Peterhof e Grande Palácio – fundado por Pedro I no ano de 1705. O conjunto de cascatas e fontes (inclusive de Netuno), estátuas, parques, palácios e pavilhões denominaram Peterhof de "paraíso - o Versalhes russo".












- Catedral de Pedro e Paulo – do séc. XVIII, a mais antiga da cidade, com tumbas da dinastia Romanov.